Sua origem se dá nos mais remotos tempos da infância e está associado a sinais infantis indestrutíveis, que assim permanecem para sempre em nossa memória. São fantasias inconscientes, quase míticas, que nos mobiliza e ameaça enquanto sujeitos desejantes plenos.
É sabido que no psiquismo, a necessidade se origine a partir de certa tensão interna, que altera o equilíbrio das funções biológicas.
O instinto alimentar é um deles, oportuno mencionar que a forme pode ser erotizada ou agressivisada.
Na medida em que a tensão interna é satisfeita, cria-se uma lembrança, um traço minemico, que diz respeito a inscrição definitiva armazenada na memória , podendo revelar-se por nova tensão interna, assim manifesta-se o desejo.
Trata-se portanto é uma espécie de nova necessidade, em geral muito diferente da vinculada aos instintos.
Não nos parece exagero afirmar que o ser humano somente se humaniza através do desejo que implica uma notável e radical ruptura com a natureza.
O ser biológico e ainda animal transformou-se em ser erógeno ao ultrapassar o reino das necessidades instintivas, objetivando a manutenção das espécies e dos próprios indivíduos como seres biológicos.
Na natureza é necessária a passagem de DNA para os descendentes e para que isso ocorra, os seres precisam manterem-se vivos por meio de alimentos.
Nos animais superiores, deverá sempre existir, um território de influência e condições adequadas de reprodução.
A espécie humana é a única que pode transgredir no campo da necessidade, e o faz de modo definitivo, através das pulsões de vida e morte, onde os dois vértices do desejo podem influenciar os instintos e alterar suas características.
Tanto a fome compulsiva, expressa como bulimia ( grande ingestão de alimentos e conseqüente expulsão por meio do vômito provocado pela própria pessoa ) ou anorexia nervosa ( perda de apetite, a pessoa passa a não se alimentar ), dizem respeito a erotização ou agressivização do apetite.
O mesmo não acontece entre os animais que fazem do ato de alimentar-se, um ritual que obedece instintualmente a necessidade de manterem-se vivos, assim não se tornam nem obesos, nem anoréxicos.
O desejo pode manifestar-se por aspirações ambiciosas,cobiça, inveja, concupiscência, apetite sexual, vontade de possuir, busca incessante do prazer e do gozo e grande expectativa de alcançar bens materiais.
Essas são características unicamente presente no desejo humano, ultrapassando o campo biólogo para o campo das novas necessidades, muito diferente dos instintos originais.
Aproveitamos aqui para esclarecer a diferença entre tesão e desejo. O desejo é a alavanca da vida, sem o qual a mesma não faz sentido, portanto todos somos impulsionados pelo desejo e o desejo primário é o desejo de viver.
O tesão é o resultado do desejo, é um complemento, o desejo vem antes.
Não é possível entender o ser humano sem desejo, o mesmo não acontece com o tesão que vai depender de alguns fatores que se interagem e fazem com que o tesão apareça de forma clara, alimentado pelos instintos e manifestando-se mais claramente na paixão.
Fonte: Toque Feminino
Nenhum comentário:
Postar um comentário